A placenta é responsável por proporcionar nutrientes e oxigênio ao feto durante a gestação. No momento da sua formação, logo no início da gravidez, ela pode crescer de modo anormal e invadir a parede uterina e órgãos adjacentes, como bexiga e intestino.
Esta patologia, conhecida como acretismo placentário, não traz prejuízo para o desenvolvimento do bebê, mas pode provocar nascimentos prematuros e hemorragias graves no momento do parto.
É classificada em três formas distintas, de acordo com a extensão de sua ocorrência:
Acreta — a placenta se insere profundamente na decídua atingindo o miométrio (músculo uterino) apenas superficialmente;
Increta — a placenta penetra mais profundamente no útero e atinge a camada muscular (miométrio) mais profundamente;
Percreta — a placenta ultrapassa a musculatura do útero, podendo comprometer órgãos vizinhos.
Segundo a Dra. Ivani Pires de Andrade Kehdi, ginecologista da Scope, quanto maior for a aderência da placenta na parede do útero e nos órgãos próximos, mais grave é o quadro e maior o risco à futura mãe. “A aderência dificulta que a placenta seja completamente expelida e compromete a contração uterina”, explica. “Isso pode provocar hemorragia severa na hora do parto, além de risco de perda do útero.”
Em 2015, a empresária americana Kim Kardashian revelou sofrer de acretismo placentário durante a gravidez de seu segundo filho. Idade materna avançada e existência de cicatrizes prévias no útero decorrentes de cesárea, retirada de miomas e curetagem aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
Diagnóstico e cuidados – Acretismo Placentário
Segundo a Dra. Ivani, não há tratamento para barrar o avanço anormal da placenta sobre a parede uterina e órgãos pélvicos. Por isso, o diagnóstico logo no início da gestação, por meio de ultrassonografia ou ressonância magnética, é fundamental para que a paciente receba o devido acompanhamento pré-natal e faça um planejamento adequado do parto. “Nestes casos, é importante que o parto seja realizado em ambiente hospitalar seguro, com equipe especializada.”
Mulheres diagnosticadas com acretismo placentário podem ter uma segunda gestação, desde que não tenham tido o útero removido. Porém, como o risco de reincidência da doença é grande, antes de tentar engravidar novamente elas devem ser submetidas a uma videohisteroscopia diagnóstica, exame minimamente invasivo que permite verificar uma eventual alteração no endométrio.
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Diretora Técnica Responsável pela SCOPE Ginecologia Mini Invasiva: Médica Ginecologista – Dra. Ivani Pires de Andrade Kehdi – CRM-SP 30293 / RQE 8614 e 8615